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Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos celebra dez anos de inovação em energia

#Redes Elétricas Inteligentes

29 dezembro 2020

Tudo começou em 2010, numa sala da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Só no ano seguinte é que o local em que hoje está localizado o SGEVL começou a ser construído, num espaço que foi inaugurado em dezembro de 2012.

Uma década passada, o SGEVL coleciona mais de 81 publicações e seis pedidos de patente. Acolheu dez projetos nacionais e europeus, num investimento total superior a 8M€, e suportou a realização de 9 teses de doutoramento. Hoje conta com 36 investigadores de 10 nacionalidades diferentes. Contas feitas, em dez anos o SGEVL produziu cerca de 115.48MWh de energia a partir de painéis solares PV instalados na cobertura do edifício e poupou o ambiente a 81,6ton de CO2.

Um sonho ultrapassado por “uma realidade muito melhor”

João Peças Lopes, diretor associado do INESC TEC, foi um dos “pais” do laboratório e diz, com orgulho, que o sonho do laboratório, que nasceu há cerca de 20 anos, “está completamente ultrapassado pela realidade, que é muito melhor”. Da infraestrutura agora existente destaca a flexibilidade, “que permite fazer uma quantidade enorme de testes e servir a indústria, mas ao mesmo tempo ter capacidade para continuar a crescer e a fazer coisas novas” com o que a própria academia também traz para o laboratório através de novos conceitos e ideias que são depois desenvolvidos e testados.

Para o álbum de recordações ficam muitos projetos – como o MICROGRIDS, O MORE MICROGRIDS, o SUSTAINABLE ou o SENSIBLE – e, sobretudo, parceiros a quem a equipa teve “a felicidade e o engenho” de se associar, como a EDP ou a EFACEC.

Inovação de olhos postos no futuro

A história do Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos é um trabalho em execução, desenvolvido ao longo dos anos por dezenas de investigadores que por ali passaram, e está longe de terminada – sobretudo agora que o futuro promete alterações profundas aos modelos de gestão das redes de energia.

Luís Seca, membro do Conselho de Administração do INESC TEC e um dos investigadores da equipa inicial do laboratório, vê nas medidas recentemente implementadas a nível europeu e mundial (como os acordos de Paris e outras ratificações) um sem-fim de oportunidades para o laboratório consolidar a liderança na inovação energética.

Com cada vez mais dispositivos e equipamentos a solicitar energia à rede elétrica, que passa a ter de responder a uma maior procura, os consumidores vão pressionar uma infraestrutura onde, até aqui “o comportamento dos consumidores era muito passivo e os diagramas de carga eram muito estáveis”. Para Luís Seca, o novo paradigma terá “grandes necessidades de previsão e de tratamento de grandes volumes de informação”, mas, mais do que isso, terá de considerar também “as preferências das pessoas e a forma como estão suscetíveis a alterar comportamentos com base em modelos de negócio que podem ser muito díspares”.

“Esta flexibilidade vinda da procura vai ser absolutamente essencial, só que tem de ter alguém a gerir”, explica. É aqui que entra o Laboratório de Redes Inteligentes: na demonstração “de conceitos disruptivos que vamos poder passar sob a forma de projetos ou de soluções diretas para as empresas”. Tudo para que o futuro da energia “nunca coloque em causa a premissa base: todos nós queremos chegar a casa, ligar o interruptor e ver a luz acesa”.

SGEVL comemorou 10 anos de existência com um debate sobre V2G

O 10º aniversário do Laboratório foi celebrado com uma mesa redonda que debateu o futuro do V2G. O evento contou, como convidados externos, com João Torres (CEO da EDP Distribuição), Nuno Silva (CTO e membro do Conselho de Administração do Grupo EFACEC) e Nikos Hatziargyriou (vice-Presidente da ETIP-SNET). O laboratório foi representado por João Peças Lopes e a sessão foi moderada por Luís Seca.

O novo paradigma energético e o seu impacto na gestão das redes de energia foram o ponto de partida para a discussão, com João Peças Lopes a encontrar nos veículos elétricos uma potencial solução para os desafios da massificação da geração fotovoltaica: durante o dia armazenam a energia produzida, e durante a noite ajudam os operadores a responder ao pico de procura. Mais do que isso, os carros elétricos podem aproveitar os inversores para controlar a voltagem – que também é um desafio crescente.

João Torres partilhou a visão de João Peças Lopes, mas admite que a inovação em V2G “ainda está na infância” e que é necessária “maior colaboração dos consumidores”. Já Nuno Silva defendeu que “a regulação também precisa de ser inteligente”.

Para qualquer dos cenários, Nikos Hatziargyriou salientou o “papel proeminente” do laboratório no desenvolvimento de soluções “inovadoras e eficientes” em parceria com a indústria.

Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm ligação à UP-FEUP.

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