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Projeto europeu de €7,8M na área de energia chega ao fim
#Redes Elétricas Inteligentes
28 março 2017
O projeto tinha como objetivo desenvolver e demonstrar ferramentas inovadoras para apoiar os atuais e futuros papéis dos operadores da rede de distribuição num paradigma de elétricas inteligentes.
O INESC TEC e as demonstrações
O INESC TEC foi responsável pelo Work Package 3 relativo ao desenvolvimento de ferramentas de gestão da rede elétrica de distribuição, que foram demonstradas em ambiente real para os diferentes operadores da rede de distribuição envolvidos no projeto.
As demonstrações em ambiente real das ferramentas desenvolvidas pelo INESC TEC foram testadas pela EDP Distribuição e pela Enedis, a operadora de rede de distribuição francesa.
16 instituições de oito países europeus – Portugal, França, Itália, Bélgica, Dinamarca, Áustria e República da Irlanda – fizeram parte deste consórcio de €7,8M, que terminou este mês.
O INESC TEC e a EDP Distribuição foram as instituições portuguesas que participaram no evolvDSO (www.evolvdso.eu).
O porquê do projeto
A crescente aposta nas redes elétricas inteligentes, o aumento dos níveis de produção renovável na rede de distribuição e novos modelos de negócio (ex: autoconsumo, gestão ativa do consumo de energia) estão a fazer com que os sistemas de energia e o seu modo de operar tenham naturalmente que evoluir.
Nesse sentido, o projeto evolvDSO trabalhou, durante três anos, na definição de papéis futuros dos operadores de rede de distribuição com base em cenários conduzidos por diferentes níveis de progresso tecnológico, padrões e flexibilidade de consumo e a crescente integração de recursos energéticos distribuídos.
Foi nesse âmbito que o INESC TEC desenvolveu quatro ferramentas de otimização e apoio à decisão na operação de redes elétricas de distribuição de alta, média e baixa tensão.
As ferramentas desenvolvidas pelo INESC TEC
"Uma das ferramentas foi desenvolvida especificamente para redes elétricas de baixa tensão e testada em ambiente de simulação em Portugal e França. Identificámos benefícios para as redes reais portuguesas e francesas, tais como o aumento da capacidade de integração de produção de energia renovável, uma melhoria dos indicadores de qualidade de redução e uma redução do corte de produção renovável”, explica Ricardo Bessa, investigador do CPES.
De acordo com o investigador, esta nova funcionalidade vai permitir aos operadores de rede explorar novos modelos de negócios relacionados com o autoconsumo, armazenamento e gestão ativa do consumo doméstico.
Duas das ferramentas foram testadas em ambiente real para a EDP Distribuição e Enedis e mostraram benefícios relacionados com a integração da produção renovável, melhoria operacional da gestão da rede e um aumento da informação apresentada ao operador do centro de despacho e condução.
A quarta ferramenta foi desenvolvida também em específico para as redes de baixa tensão para estimar os níveis de tensão e consumo real, utilizando informação medida pelos contadores inteligentes. O teste em ambiente real foi feito em França e apresentou benefícios como a redução dos custos de comunicações em tempo real de dados dos contadores, elevada precisão na estimativa das grandezas elétricas e fornecimento ao operador de informação em tempo real sobre as condições de funcionamento da rede elétrica.
De uma forma geral, as tecnologias desenvolvidas, tendo em conta o paradigma das redes elétricas inteligentes e os novos modelos de negócios (ex: agregadores de consumidores ou armazenamento), procuraram estimar a flexibilidade de potência ativa e reativa das redes de distribuição e aumentar o grau de controlo da potência nas subestações de interface entre as redes de transporte e distribuição, com o objetivo de otimizar os custos operacionais e melhorar as condições técnicas de exploração da rede.
Projeto evolvDSO teve workshop final em Milão
O workshop final do projeto evolvDSO decorreu no Laboratório de Smart Grids em Milão, no início do mês de dezembro.
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O consórcio, juntamente com stakeholders externos, apresentou as especificidades por país ou o feedback de stakeholders externos, durante o dia 6 de dezembro.
Luís Seca, coordenador do Centro de Sistemas de Energia, e Ricardo Bessa estiveram em representação do INESC TEC e coube ao último apresentar todas as ferramentas desenvolvidas pela instituição no âmbito do projeto europeu.
Os investigadores mencionados nesta notícia têm vínculo ao INESC TEC.
INESC TEC, dezembro de 2016