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DECARBONIZE: arrancou o novo projeto que pretende contribuir para a descarbonização das cidades

#Gestão de Energia

18 maio 2021

Projeto orientado para os cidadãos, tecnologias e políticas públicas aposta na digitalização para o uso mais eficiente de energia e para a redução da pegada de CO2 nas cidades.

O projeto DECARBONIZE, resultante da parceria INESC TEC e INEGI, arrancou em abril no Porto e centra-se na missão da neutralidade carbónica e cidades inteligentes do programa Horizonte Europa. O seu principal objetivo é suportar, promover e demonstrar transformações sistémicas para a neutralidade ao nível local. A intervenção será feita na região norte de Portugal, de acordo com o programa Norte2020, dada a relevância da região e dos seus atores locais no caminho para a neutralidade carbónica. Contudo, os desenvolvimentos serão passíveis de ser replicáveis e escaláveis ao nível Europeu, utilizando as cidades como plataformas de experimentação de soluções inovadoras.

“Além de espaços, edifícios, comunidades de energia e a mobilidade elétrica, o DECARBONIZE também envolve o cidadão, enquanto utilizador final, com o objetivo de, por um lado, encorajá-lo a assumir um papel ativo na gestão e utilização dos recursos energéticos, e, por outro, sensibilizá-lo para o impacto social que resulta das suas atitudes individuais”, refere David Rua, investigador sénior do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC.

Os pilares da mudança

O DECARBONIZE assenta em 3 pilares principais, constituídos como linhas centrais de investigação do projeto:

  • Sistemas energeticamente neutros: utilizando a integração de sistemas de energia multinível e multisetor que permitam o aumento de eficiência e a integração de geração renovável articulados com soluções não-energéticas para o aumento do conforto e da qualidade de ar.
  • Cidadania ativa e novos modelos de governança: de forma a permitir articular desafios políticos e técnicos através de estratégias de governança multinível para a exploração de soluções criadas com e para os cidadãos para uma transição energética inclusiva, justa e universal.
  • Inteligência via digitalização e automação: a digitalização e a crescente disponibilidade de dados será um dos instrumentos utilizados para garantir a neutralidade já que estes apoiarão tanto a integração do sistema como a participação de diferentes intervenientes e a promoção do conhecimento e da intervenção dos cidadãos.

Contributos e avanços científicos e económicos para a região Norte

As linhas de investigação orientadas à intervenção em ecossistemas urbanos, onde reside uma parte significativa da população - atualmente em valores em torno de 75% mas cuja expectativa é a de aumentar para 80% até 2050 -, asseguram abordagens diversas e complementares à descarbonização dos diferentes sistemas. Entre os vários contributos do projeto esperam-se avanços na:

  • Definição de casos de uso que envolvam aspetos energéticos e não-energéticos (ex.: conforto, bem-estar, ambiente saudável) de edifícios bem como do quadro regulatório aplicável;
  • Identificação de soluções técnicas locais (passivas e ativas) e ações (integração de espaços verdes no edificado urbano, planeamento urbano e do uso do solo) para cidades neutras e saudáveis;
  • Criação de modelos adaptáveis e dinâmicos bem como de metodologias para a gestão ótima de energia em edifícios que permitam valorização de recursos existentes e a exploração da implantação de novas tecnologias e comportamentos.
  • Definição de estratégias de energia P2P (peer-to-peer) que fomentem o aumento da integração de recursos flexíveis para a criação de comunidades mais sustentáveis capazes de traduzir benefícios económicos e ambientais ao nível local, mas escaláveis;
  • Identificação e explicitação de comportamentos para a eficiência e políticas climáticas para a promoção de abordagens centradas nos utilizadores enquanto cidadãos ativos e suscetíveis de promover mudanças comportamentais;
  • Exploração da digitalização, inteligência computacional, aprendizagem automática e inteligência artificial para a valorização das diferentes fontes de dados e a sua ligação a plataformas do tipo Digital Twin de forma a permitir a exploração de estratégia avançadas de simulação dos diferentes sistemas do ecossistema urbano e a disponibilização dos dados de forma interoperável a várias partes interessadas como os municípios e operadores de sistema, entre outros agentes.

Capital humano especializado para os desafios futuros da região Norte

O projeto atrairá investigadores que pretendam desenvolver atividades de investigação alinhadas com o projeto e permitirá a formação de profissionais doutorados e mestrados que possam, no âmbito do tema, conceber, implementar e demonstrar tecnologias e metodologias para a neutralidade carbónica dos diferentes setores das cidades. A equipa a ser formada terá conhecimento contextualizado dos desafios postos à região Norte e contribuir através do projeto para os ambiciosos indicadores europeus de neutralidade definidos para 2050. Será esta nova geração de profissionais altamente especializados que estará melhor preparada para responder aos desafios de médio e longo prazo através de iniciativas complementares associadas a entidades de I&D, organizações publicas e empresariais, entre outros agentes.

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